Revolução Luso-Industrial.

Parece que vi um pequeno rasgo de lucidez no Governo. Ténue, mas assertivo. Pires de Lima fala de aumentar o volume de exportações portuguesas através da Indústria. Ainda melhor, foi capaz de pegar num programa de um antecessor, melhorá-lo e apresentá-lo sem se referir como sendo só seu. Isto é muito pouco lusitano. Fala ainda de aumentar e potenciar o ensino técnico. Boa! Parece que houve um Governo (parece que foi há muitos anos) que o tentou fazer. O que este Governo fez? Política de terra queimada. Faltam agora as respostas às perguntas que se impõem! Quem vai criar empresas, ou dinamizar as existentes (principalmente as PME´s) num país em que os melhores estão a emigrar ao ritmo de uma avalanche? Onde estão os fundos bancários para o fazer? Quem vai colocar as empresas no roteiro dos apoios financeiros que apartir de 2014 vão ser dados a Portugal? Que legislação e que fiscalidade vai apoiar este novo desígnio? Parece que o Guião de Paulo Portas é escasso, no mínimo! Quem conhece minimamente a Indústria em Portugal sabe que existe um Portugal desenvolvido, uma minoria e um tecido industrial década de 80 que parou no tempo e que se vê literalmente Grego para arrancar para o século XXI. Onde estão os operadores, encarregados,técnicos de qualidade, de segurança, de ambiente, de produção competentes e bem remunerados capazes de ser o motor deste engenho? Os milhares que levam 480 euros por mês como muitos que conheço? Parece que as ideias estão lá, parece que por enquanto vou ter que acreditar em Pires de Lima. Mas se pudesse recomendaria que lê-se a entrevista de Domingo passado de Ludgero Marques à revista do Público. Fácil para perceber os desafios brutais que se encontram diariamente no terreno, junto de uma linha de produção. Terá Portugal capacidade de colocar estas políticas no terreno, concretizá-las com o capital Humano que não tem um curso com nome em inglês (adoro Marketer) e muito pouco sumo? Até amanhã camarada, numa fábrica perto de si!