segunda-feira, 26 de março de 2012

Significado do trabalho e o papel do responsável pela HST


O trabalho é fundamental para existência humana como hoje a conhecemos, e para o seu desenvolvimento enquanto sociedade. Sendo a grande parte do tempo de vida passado a trabalhar é fundamental ter-se qualidade no trabalho para se ter qualidade de vida.

O trabalho possibilita ao ser humano uma forma essencial de revelar sua própria condição de humanidade, podendo possibilitar a concretização ou realização de metas pessoais. Constitui a busca e realização de uma vocação pessoal, de um sentido para nossa vida e fornece um sentimento de identidade. Ou seja, no sentido mais amplo, o trabalho pode ser considerado o reflexo da vida de cada individuo.
Na sociedade, o trabalho possibilita a auto-suficiência financeira e a própria condição de inserção social digna e de cidadania.

As mudanças desencadeadas pela globalização são de tal forma revolucionárias que ultrapassam o boom tecnológico. O ser humano está sendo forçado a dar um salto evolucionário para o qual não teve tempo de se preparar. Empregadores e trabalhadores respondem procurando antecipar as necessidades, antevendo novas regras de mercado, propondo outras realidades, concretas e virtuais. E torna-se necessário desenvolver novos valores, tecnologias e produtos, a fim de alcançar parâmetros mínimos de competitividade para superar o gradual avanço.

Os avanços tecnológicos, têm colocado o homem perante um paradoxo. Se, por um lado, é verdade que hoje é possível trabalhar em condições mais favoráveis fisicamente, também é verdade que a ciência altera as relações humanas, e dá uma imagem agradável ao trabalho, apesar de o transformar mais abstrato e virtual. Dentro do contexto atual, existe a ameaça à estabilidade profissional, quer em termos territoriais e familiares quer em termos monetários. A competência é constantemente testada e os mais fortes impulsos competitivos são estimulados, tornando o acto de trabalhar cada vez mais desumano. Provocando que muitas vezes o trabalhador não sinta ligação, gosto, realização naquilo que faz. Muitas são as situações em que se trabalha para satisfazer somente a necessidade de sobrevivência.

Com a natural evolução emergem novas formas de trabalho, trabalho a tempo parcial, trabalho temporário, trabalho sazonal, trabalho no domicílio entre outras. Um dos problemas ao nível do mercado de trabalho é por uma lado, a pouca criação de empregos e, por outro lado, a qualidade e a estabilidade dos empregos criados, proliferando os empregos atípicos que, quando surgem, não estão abrangidos pela legislação do trabalho sendo, por isso, fonte de discriminação e marginalização.

Estas novas formas de trabalho podem, por lado servir para reduzir o desemprego e mesmo como oportunidades de obter experiencia para os mais jovens, mas por outro podem servir para empregadores menos responsáveis usa-las para substituir outras formas de trabalho que implicam maior responsabilização e consequentemente maior custo.

O papel do técnico de Higiene e Segurança no Trabalho consiste, fundamentalmente, em identificar e avaliar condições e/ou acções que possam ser consideradas de risco para os trabalhadores. Esta análise engloba distintos parâmetros, pois tanto se avaliam as condições físicas existentes na empresa, tais como: adequação dos postos de trabalho, máquinas e equipamentos utilizados, condições de ventilação e iluminação entre outros; bem como, se avaliam as acções humanas que possam ser identificadas como possíveis factores de risco para o trabalhador. Posto isto, o técnico tem também como função a implementação das medidas necessárias à redução e minimização desses mesmos riscos. Mediante os riscos identificados, o técnico deverá aconselhar ao empregador as medidas correctivas e/ou preventivas que propõe implementar. Estas medidas poderão ser colectivas ou individuais consoante a necessidade verificada. Entretanto, o papel de um técnico de HST é muito mais abrangente.

O técnico de HST poderá contribuir para o bem-estar e equilíbrio de uma empresa, uma vez que a sua função primordial é a de gerar organização e melhorar as condições de trabalho para todos os trabalhadores da empresa. Conseguindo o técnico de HST cumprir o seu papel impondo melhoria nas condições de trabalho, irá originar uma maior segurança. Com o aumento da segurança, e mediante a melhoria das condições laborais, surgirá uma maior satisfação nos trabalhadores. Este aumento de satisfação e confiança entre os trabalhadores e com os empregadores, trará um aumento de equilíbrio e de bem-estar entre as partes.

Pedro Figueiredo

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pagar para que?


Vivemos num país que ciclicamente muda o volume do seu estado social. Durante o estado novo tinha um volume reduzido, e o pós 25 de Abril veio trazer um aumento considerável, com conquistas nos mais variados domínios. Na última década assistimos a uma perca progressiva dessas conquistas que tinham aumentado o volume do estado social.

 
Paralelamente a isso assistimos desde a Revolução dos cravos a um aumento de impostos sobre o trabalho, por um lado, e a uma progressiva perda de qualidade dos políticos por outro.

Integrando estes 3 vetores, diminuição do estado social, aumento de impostos, e políticos cada vez mais fracos, leva a que hoje se compre “gato por lebre”, paga-mos algo adulterado.

Políticos cada vez mais fracos, geração pós geração, no PS, Sócrates pior que Ferro Rodrigues, este pior que Guterres, Guterres pior que Mário Soares, no PSD, Passos pior que Ferreira Leite, esta pior que Santana, Santana pior que Durão, Durão pior que Cavaco, Cavaco pior que Sá Carneiro, no CDS, Portas pior que Monteiro, Monteiro pior que Freitas, no PCP, Jerónimo pior que Carvalhas, e este pior que Cunhal, nos Presidentes da república também tem-se assistido á mesma progressão.

Devido a líderes políticos fracos, a políticas ainda piores, o país tem perdido capacidade de se desenvolver e desta forma potenciar a capacidade dos portugueses sustentarem o estado social, e assim perante uma situação de crise, a solução encontrada tem sido sempre aumento de impostos e corte nos serviços prestados pelo estado aos cidadãos.

Chegamos, por isso, ao ponto em que nos situamos hoje, em que pagamos muito e recebemos pouco. Pagamos para ter acesso á saúde, pagamos para ter acesso á educação, pagamos para termos acesso á justiça, pagamos para circular nas estradas, pagamos portagens, pagamos estacionamento, pagamos, pagamos, pagamos… e depois os respetivos serviços são de qualidade muitas vezes duvidosa.

Os tais maus políticos fecham cada vez mais escolas, hospitais, centros de saúde, e agora até tribunais e freguesias…

Toda esta envolvência leva a sociedade a questionar-se sobre a utilidade do estado social, e se vale a pena estar a pagar algo que tem, muitas vezes, qualidade questionável e custa quase o mesmo que o serviço no privado.

Perante interesses económicos e políticos, os líderes políticos, pelo facto serem tão fracos, não têm a coragem nem a capacidade necessária de os enfrentar. Assim como também lhes faltam os mesmos atributos para frontalmente acabarem com a universalidade do estado social, é-lhes mais fácil criar na própria sociedade a opinião de que não vale a pena termos um estado social. Conseguem acabar com a solidariedade entre concidadãos e entregam essa sociedade ao capitalismo selvagem, em que cada um se governa por si só.

Assim perante esta tentativa de acabar com estado social, ou de o reduzir a estado assistencialista, através da nossa desistência, há que resistir em cada um de nós á tentação de desistirmos do sonho de uma sociedade solidária.